Introdução

Esse artigo é um resumo feito no intuito de servir como fixação dos conteúdos da matéria de Banco de Dados, no curso de Gestão da T.I - FAPAM 1º Período.

Aulas ministradas pelo professor Gabriel Ribeiro Diniz.

Os comandos SQL serão em sua grande maioria voltados ao SGBD PostgreSQL, já que é o SGBD estudado no curso.

Linguagem SQL

SQL (Structured Query Language) é uma linguagem de consulta estruturada, que é usada para manipular e recuperar dados de um banco de dados relacional. SQL é uma linguagem padrão para acessar e manipular bancos de dados.

Tem como base a álgebra relacional e o cálculo relacional.

O SQL é dividido em três partes principais:

DDL (Data Definition Language) - Linguagem de Definição de Dados
Define esquemas e tabelas, chaves primárias, chaves estrangeiras, exclusão de esquemas, tabelas e colunas, alteração de tabelas.
Diz respeito à estrutura das tabelas e esquemas no DB.

DML (Data Manipulation Language) - Linguagem de Manipulação de Dados
Consulta, inserção de dados no DB, exclusão de dados, alteração de dados. Diz respeito aos dados das tabelas do BD - CRUD 1

DCL (Data Control Language) - Linguagem de Controle de Dados
Define permissões.

SQL = DDL + DML + DCL

Principais comandos

DDL - Definição de dados: CREATE, DROP, ALTER.
DML - Manipulação de dados: SELECT, INSERT, UPDATE, DELETE.
DCL - Controle de dados: GRANT, REVOKE.

Conceitos

TermoDescrição
TableRelação (tabela)
RowTupla (linha)
ColumnAtributo (coluna)

DDL - Data Definition Language

DDL - Data Definition Language (Linguagem de Definição de Dados) é usada para definir a estrutura que armazenará os dados. Define a estrutura das tabelas, índices, chaves primárias, chaves estrangeiras, etc.

Propriedades

A DDL permite não só a especificação de um conjunto de relações (tabelas), como também informações acerca de cada uma das relações, incluindo:

  • O esquema de cada relação (estrutura)
  • O domínio dos valores associados a cada atributo (int, float, varchar, etc)
  • As regras de integridade de cada uma das relações
    • O conjunto de índice para manutenção de cada uma das relações
    • Informações sobre segurança e autoridade sobre cada relação
    • A estrutura de armazenamento físico de cada relação no disco.

Criar banco de dados/esquema

Antes de qualquer tabela, é necessário criar um database (banco de dados) ou um schema (esquema). Em SQL uma base de dados (ou esquema) é identificada atravez de um nome. Os elementos do esquema incluem tabelas, restrições, etc.

Sintaxe:

CREATE DATABASE nome_do_banco;

ou

CREATE SCHEMA nome_do_esquema;

Exemplos:

CREATE SCHEMA Empresa;
CREATE SCHEMA Universidade;
CREATE DATABASE Hospital;

Tipos de domínios

Numéricos

INTEGER: É um inteiro, originado da palavra integer (em inglês).

NUMERIC(p,d): É um número de ponto fixo cuja precisão é definida pelo usuário. O número consiste de pp dígitos (mais o sinal), sendo que dd dos pp dígitos estão à direita do ponto decimal.
Ex. NUMERIC(4,2): 42,00

SERIAL: Números inteiros auto incrementados.

Caracteres (Strings)

CHAR(n): É uma cadeia de caracteres de tamanho fixo, com o tamanho nn definido pelo DBA2. Abreviação de character (em inglês).
Ex. CHAR(12): Jack Sparrow

VARCHAR(n): É uma cadeia de caracteres de tamanho variável, com o tamanho nn definido pelo DBA. Abreviação de character varying (em inglês).

Booleano

BOOLEAN: É um tipo de dado que pode ter um dos dois valores possíveis: TRUE ou FALSE (verdadeiro ou falso).

Data/Tempo

DATE: É um tipo de dado que contém um ano (com 4 dígitos) mês e dia do mês sendo o formato "aaaa/mm/dd" o padrão do MySQL Workbench.

  • ano (date) - retorna o ano de uma data
  • Month (date) - retorna o mês de uma data
  • Day (date) - retorna o dia de uma data

TIME: Representa um horário, com o formato "hh:mm:ss" (00:00:00).

Alguns SGBDs oferecem o domínio TIMESTAMP que contém a data (ano, mês e dia) e o horário (hora, minuto, segundo e milissegundos). Como é o caso do PostgreSQL.

Observações

  • Uma chave estrangeira deve possuir o mesmo típo de domínio da chave primária correspondente.
  • O valor nulo NULL é um membro de todos os tipos de domínio, isto é, qualquer atributo pode receber o valor NULL exceto aqueles que são chaves primárias (restrição de integridade de entidade).
  • O SQL permite que a declaração de domínio de qualquer atributo inclua a especificação de NOT NULL (não nulo), proibindo assim, a inserção de um valor nulo para esse tipo de atributo (obrigatório na PK).

Criar tabela

CREATE TABLE define a estrutura de uma tabela, suas restrições de integridade e cria uma tabela vazia.

Sintaxe:

CREATE TABLE nome_tabela (...);

Exemplos:

CREATE TABLE empregado (atributo1 tipo, atributo2 tipo, ...);
CREATE DATABASE EMPRESA;
 
CREATE TABLE DEPARTAMENTO (
  CodDep SERIAL NOT NULL,
  NomeDepVARCHAR(30),
  PRIMARY KEY (CodDep)
);
 
CREATE TABLE FUNCIONARIO (
  Matricula INTEGER NOT NULL,
  Nome VARCHAR(30) NOT NULL,
  Salario NUMERIC(8,2),
  Cargo VARCHAR(15) DEFAULT 'Analista',
  Estado CHAR(2),
  Idade INTEGER, CodDepto INT,
  PRIMARY KEY (Matricula),
  FOREIGN KEY (CodDepto) references DEPARTAMENTO (CodDep) ON DELETE
  NO ACTION ON UPDATE NO ACTION
);
Definição de banco de dados e tabelas

Criação de um código que gere códigos automáticos não e padrão SQL, mas caso seja necessario, pode-se utilizar o SERIAL na criação do campo. Muito utilizado em relações que possuiem IDs.

Exemplo:

CREATE TABLE cidade (
  id_cidade SERIAL NOT NULL,
  nome_cidade VARCHAR(100) NOT NULL,
 
  PRIMARY KEY (id_cidade)
);

Remover tabela

DROP TABLE remove todos os dados e a própria tabela, estando vazia ou não.

Sintaxe:

DROP TABLE nome_tabela;

Exemplo:

DROP TABLE empregado;

Alterar tabela

ALTER TABLE usado para alterar o esquema da tabela, permite modificar a estrutura de uma tabela existente.

Para operações de insersão, alteração e exclusão, atenção aos atributos e restrições de integridade.

Atributos chave não podem ser removidos!

Sintaxe:

ALTER TABLE nome_da_tabela;
  1. Sintaxe básica para renomear tabela:
ALTER TABLE <nome da tabela> RENAME TO <novo nome da tabela>;

Ex.:

ALTER TABLE empregado RENAME TO colaborador;
  1. Sintaxe básica para inclusão de uma coluna:
ALTER TABLE <nome da tabela> ADD COLUMN <nome da coluna> <domínio e atributos>;

Ex.:

ALTER TABLE funcionario ADD COLUMN identidade VARCHAR(10);

Observe que...

  • A instrução ADD COLUMN adiciona uma nova coluna com o valor vazio para todas as linhas, isto é, sem nenhum valor armazenado.
  • O mesmo acontece quando há a criação de uma tabela (CREATE TABLE). A princípio ela não está "povoada" com dados, está vazia, ausente de valores (em outras palavras: não há linhas/tuplas na tabela).
  • Os valores para as diversas linhas devem ser adicionadas através de instruções da DML (INSERT INTO).
  1. Sintaxe básica para exclusão de uma coluna:
ALTER TABLE <nome da tabela> DROP <nome da coluna>;

Ex.:

ALTER TABLE funcionario DROP identidade;
  1. Sintaxe básica para alteração do nome de uma coluna:
ALTER TABLE <nom da tabela> RENAME COLUMN <nome da coluna> TO <novo nome da coluna>;

Ex.:

ALTER TABLE empregado RENAME COLUMN sexo TO genero;
  1. Sintaxe básica para alteração do tipo de uma coluna:
ALTER TABLE <nome da tabela> ALTER COLUMN <nome da coluna> TYPE <novo tipo>;

Ex.:

ALTER TABLE funcionario ALTER COLUMN salario TYPE NUMERIC(10,2);

Cuidado!

  • Se já existir dados na tabela que não correspondem ao novo tipo, não será possível fazer a alteração de tipo.
  • Se a coluna modificada for chave estrangeira em outra tabela, é preciso primeiro mudar na tabela que possui chave estrangeira.

Atributos

Chave Primária PRIMARY KEY: É um atributo ou conjunto de atributos que identifica unicamente uma tupla em uma relação. A PK é um atributo ou conjunto de atributos que não pode ter valores repetidos.

Chave Estrangeira FOREIGN KEY: É um atributo ou conjunto de atributos que faz referência a uma chave primária ou única em outra tabela. A FK é um atributo ou conjunto de atributos que pode ter valores repetidos.
A FK pode ser declarada com algumas opções de ação para deleção (ON DELETE) e atualização (ON UPDATE) de registros:

  • CASCADE
  • SET NULL
  • SET DEFAULT
  • RESTRICT
  • NO ACTION

Restrição de Atributos (PostgreSQL):

  • NOT NULL - NN - O valor não pode ser nulo.
  • DEFAULT <valor> - O valor padrão para o atributo caso não seja passado.
  • UNIQUE - O valor não pode ser repetido, deve ser único.

Cláusulas da FK

ON DELETE

Cascata - CASCADE

Quando um registro é deletado da tabela referenciada, todos os registros que possuem a chave estrangeira referenciando o registro deletado também são deletados.
Sintaxe:

FOREIGN KEY cpf_cliente REFERENCES Cliente(cpf) ON DELETE CASCADE

Onde cpf_cliente é o atributo da tabela atual e Cliente(cpf) é a tabela e atributo referenciado.


Restrito - RESTRICT

Quando um registro é deletado da tabela referenciada, a operação é restringida (da erro), ou seja, não é permitido deletar o registro pai se houver outros registros filhos á referenciando.
Sintaxe:

FOREIGN KEY cpf_cliente REFERENCES Cliente(cpf) ON DELETE RESTRICT

Não faz nada - NO ACTION padrão - default

Quando um registro é deletado da tabela referenciada, um erro é exibido, e a operação de DELETE é revertida.
Sintaxe:

FOREIGN KEY cpf_cliente REFERENCES Cliente(cpf) ON DELETE NO ACTION

Define como nulo - SET NULL

Quando um registro é deletado da tabela referenciada, a chave estrangeira é definida como NULL.
Sintaxe:

FOREIGN KEY cpf_cliente REFERENCES Cliente(cpf) ON DELETE SET NULL

Valor Padrão - SET DEFAULT

Quando um registro é deletado da tabela referenciada, a chave estrangeira é definida como o valor padrão DEFAULT.
Sintaxe:

FOREIGN KEY cpf_cliente REFERENCES Cliente(cpf) ON DELETE SET DEFAULT
ON UPDATE

Restrito - RESTRICT

Quando um registro é atualizado na tabela referenciada, a operação é restringida (da erro), ou seja, não é permitido atualizar o registro pai se houver outros registros filhos á referenciando.
Sinatxe:

FOREIGN KEY cpf_cliente REFERENCES Cliente(cpf) ON UPDATE RESTRICT

Define como nulo - SET NULL

Quando um registro é atualizado na tabela referenciada de modo que não exista mais a chave primária da tabela alterada, a chave estrangeira é definida como NULL.
Sintaxe:

FOREIGN KEY cpf_cliente REFERENCES Cliente(cpf) ON UPDATE SET NULL

Define como padrão - SET DEFAULT

Quando um registro é atualizado na tabela referenciada de modo que não exista mais a chave primária da tabela alterada, a chave estrangeira é definida como o valor padrão DEFAULT.
Sintaxe:

FOREIGN KEY cpf_cliente REFERENCES Cliente(cpf) ON UPDATE SET DEFAULT

Não faz nada - NO ACTION padrão - default

Quando um registro é atualizado na tabela referenciada, de modo que a chave primária referenciada não exista mais, um erro é exibido, e a operação de UPDATE é revertida.
Sintaxe:

FOREIGN KEY cpf_cliente REFERENCES Cliente(cpf) ON UPDATE NO ACTION

Constraits

Constraits são todas as restrições que uma coluna pode ter (PRIMARY KEY, FOREIGN KEY, NOT NULL, UNIQUE, etc).

Adicionar constrait

Quando preciso adicionar uma constrait em uma coluna de uma tabela já criada.

Sintaxe

Tornando uma coluna única
ALTER TABLE <nome da tabela> ADD CONSTRAINT <nome da restrição> UNIQUE;
ALTER TABLE usuario ADD CONSTRAINT email_unico UNIQUE (email);
Exemplo: Tornando o email único na tabela usuário

email_unico é um nome arbitrário, ou seja, pode ser qualquer nome que você desejar. Esse nome será usado posteriormente para remover a restrição.

Tornando uma coluna obrigatória
ALTER TABLE <nome da tabela> ALTER COLUMN <nome da coluna> SET NOT NULL;
ALTER TABLE usuario ALTER COLUMN email SET NOT NULL;
Exemplo: Tornando o campo email obrigatório na tabela usuário
Modificando o valor padrão
ALTER TABLE <nome da tabela> ALTER COLUMN <nome da coluna> SET DEFAULT <valor padrão>;
ALTER TABLE usuario ALTER COLUMN email SET DEFAULT '--';
Exemplo: Modificando o valor padrão do campo email na tabela usuário

Removendo uma constrait

Quando é necessário remover uma restrição de uma coluna.

Sintaxe

Removendo uma restrição nomeada
ALTER TABLE <nome da tabela> DROP CONSTRAINT <nome da restrição>;
ALTER TABLE usuario DROP CONSTRAINT email_unico;
Exemplo: Removendo a restrição de email único na tabela usuário
Removendo a obrigatoriedade de um campo
ALTER TABLE <nome da tabela> ALTER COLUMN <nome da coluna> DROP NOT NULL;
ALTER TABLE usuario ALTER COLUMN email DROP NOT NULL;
Exemplo: Removendo a obrigatoriedade do campo email na tabela usuário
Removendo o valor padrão
ALTER TABLE <nome da tabela> ALTER COLUMN <nome da coluna> DROP DEFAULT;
ALTER TABLE usuario ALTER COLUMN email DROP DEFAULT;
Exemplo: Removendo o valor padrão do campo email na tabela usuário

Schemas

Schemas são conjuntos de tabelas dentro do banco de dados. Por padrão, o PostgreSQL cria um schema chamado public, onde todas as tabelas são armazenadas inicialmente. Porém é possível criar schemas personalizados para organizar melhor as tabelas.

Criar schemas

CREATE SCHEMA <nome_do_schema>;

Exemplo:

CREATE SCHEMA empresa;

Criar tabela em um schema

CREATE TABLE <nome_do_schema>.<nome_da_tabela> (...);

Exemplo:

CREATE TABLE empresa.departamento (cod_dep SERIAL, nome_dep VARCHAR(30));

Repare que para criarmos uma tabela em um schema específico, devemos informar o nome do schema seguido de um ponto . antes do nome da tabela.


Toda vez que for necessário referenciar uma tabela em um schema específico, deve-se informar o nome do schema seguido de um ponto . antes do nome da tabela.


Isso não ocorre quando a tabela está no schema padrão public. Se não passarmos o nome do schema, o PostgreSQL entende que a tabela está no schema public.

Remover schemas

DROP SCHEMA <nome_do_schema>;

Exemplo:

DROP SCHEMA empresa;

Remover base de dados (DB)

DROP remove toda a base de dados, incluindo todas as tabelas, dados, índices, etc.

Sintaxe:

DROP DATABASE nome_do_banco;

Exemplo:

DROP DATABASE Empresa;
DROP DATABASE Hospital;
DROP DATABASE Universidade;

Atenção! A instrução DROP DATABASE remove todos os dados, tabelas e relacionamentos na base de dados, e não é possível recuperar os dados após a execução dessa instrução!

DML - Data Manipulation Language

DML - Data Manipulation Language (Linguagem de Manipulação de Dados) é usada para gerenciar os dados armazenados em um banco de dados. Manipula os dados de uma tabela, como inserir, atualizar, excluir e selecionar.

Propriedades

A linguagem DML é composta por 4 operações de manipulação de dados:

  • Inserção de dados - INSERT
  • Exclusão de dados - DELETE
  • Atualização de dados - UPDATE
  • Seleção de dados (consulta) - SELECT

Inserir Dados

INSERT INTO é usado para inserir novos registros em uma tabela.

Sintaxe:

INSERT INTO <nome da tabela> (coluna1, coluna2, ...) VALUES (valor1, valor2, ...);

Exemplo:

INSERT INTO empregado (nome, salario, cargo) VALUES ('João', 2000.00, 'Analista');
Resultado do comando INSERT de exemplo Resultado do comando INSERT de exemplo

Dependendo da ordem em que os atributos são declarados na tabela, é possível omitir a lista de atributos na instrução INSERT INTO. Nesse caso, os valores devem ser inseridos na ordem em que os atributos foram declarados na tabela.

Por exemplo, se criarmos a tabela seguindo a ordem nome-salario-cargo:

CREATE TABLE empregado (
  nome VARCHAR(30),
  salario NUMERIC(8,2),
  cargo VARCHAR(15)
);

Poderemos inserir omitindo a lista de atributos, dês de que os valores estejam na ordem correta:

INSERT INTO empregado VALUES ('João', 2000.00, 'Analista');

Mesmo exemplo, porém com uma tabela dentro de um Schema

INSERT INTO empresa.empregado VALUES ('João', 2000.00, 'Analista');

Para caracteres usamos aspas simples!

"Frodo Bolseiro"
'Frodo Bolseiro'

Excluir Dados

DELETE FROM é usado para excluir registros (tupla/linha) de uma tabela (relação).

Atenção | DROP X DELETE


DROP Exclui estrutura
DELETE Exclui dados

Sintaxe:

DELETE FROM nome_tabela WHERE condicao;

Exemplo:

DELETE FROM peca WHERE cod_peca = 200;
Excluir a peça com o código 200 (toda a linha)
Resultado do comando DELET de exemplo Resultado do comando DELET de exemplo

Atualizar dados

UPDATE/SET é usado para atualizar registros existentes em uma tabela. Quando há mudança de endereço, nome, etc...

Sintaxe:

UPDATE nome_tabela SET coluna1 = valor1, coluna2 = valor2 WHERE condicao;

Exemplo:

UPDATE peca SET preco = 90.00 WHERE cod_peca = 200;
Alterar o preço da peça de código 200 para 90.00 (antes era 80.00)
Resultado do comando UPDATE de exemplo Resultado do comando UPDATE de exemplo

Selecionar dados

SELECT é usado para selecionar dados de um banco de dados. A instrução SELECT é usada para recuperar registros de uma ou mais tabelas.

Sintaxe:

SELECT coluna1, coluna2, ... FROM nome_tabela WHERE condicao;

Exemplo:

SELECT nome_peca, quantidade FROM peca WHERE preco > 50;
Selecionar o nome e a quantidade de todas as peças que tenham o preço maior que 50
SELECT * FROM peca;
Selectionar todos os dados da tabela peça

O caractere * é um wildcard (coringa) usado para selecionar todos os atributos de uma tabela.

Cláusula WHERE (condição)

A cláusula WHERE é usada para filtrar registros. A cláusula WHERE é usada para extrair apenas os registros que atendem a uma condição específica.

Usa conectores lógicos:

  • AND - E
  • OR - OU
  • NOT - NÃO

Usa operadores de comparação:

  • > - Maior
  • < - Menor
  • = - Igual
  • <= - Menor ou igual
  • >= - Maior ou igual
  • != - Diferente (ou <>)
  • BETWEEN - Entre um intervalo (incluindo os extremos). Facilita a especificação de condições númericas que envolvam um intervalo, ao invés de usar os operadores <= e >=.
Exemplos

Iremos fazer algumas operações de busca SELECT usando cláusulas de condição/filtro WHERE na tabela abaixo:

cod_pecanome_pecaprecoqtd
56Peça X23.9010
99Peça Y56.995
200Peça Z80.000

EXEMPLO 1 - Selecionar o código e o nome das peças com o preço menor que 70.0070.00

SELECT cod_peca, nome_peca FROM peca WHERE preco < 70.00;

Resultado:

cod_pecanome_peca
56Peça X
99Peça Y

EXEMPLO 2 - Selecionar o nome e o preço das peças com preço maior que 50.0050.00 e menor do que 70.0070.00

SELECT nome_peca, preco WHERE preco BETWEEN 50.00 AND 70.00

Resultado:

nome_pecapreco
Peça Y56.99

EXEMPLO 3 - Selecionar todas as informações das peças cuja quantidade em estoque seja maior ou igual a 1010.

SELECT * FROM peca WHERE qtd >= 10;

Resultado:

cod_pecanome_pecaprecoqtd
56Peça X23.9010

EXEMPLO 4 - Selecionar o código, nome, preço e quantidade de peças no estoque cujo código é 200200.

SELECT cod_peca, nome_peca, preco, qtd FROM peca WHERE cod_peca = 200;

Resultado:

cod_pecanome_pecaprecoqtd
200Peça Z80.000

EXEMPLO 5 - Selecionar o nome e a quantidade de todas as peças que há no estoque.

SELECT nome_peca, quantidade FROM peca WHERE qtd != 0;

ou...

SELECT nome_peca, quantidade FROM peca WHERE qtd <> 0;

Resultado:

nome_pecaquantidade
Peça X10
Peça Y5

Cláusula ORDER BY (ordenação)

A cláusula ORDER BY é usada para ordenar o resultado de uma consulta em ordem crescente ou decrescente. Ela é aplicada somente à operações de consulta SELECT, após a cláusula WHERE.

Para especificar a forma de ordenação, devemos indicar

  • ASC - Crescente padrão - default
  • DESC - Decrescente

Sintaxe:

SELECT coluna1, coluna2, ... FROM nome_tabela WHERE condicao ORDER BY coluna ASC|DESC;

Exemplo:

SELECT nome_peca, quantidade FROM peca ORDER BY nome_peca DESC;
Selecionar o nome e a quantidade de todas as peças que há no estoque, por ordem descrescente do nome.

Resultado:

nome_pecaquantidade
Peça Z0
Peça Y5
Peça X10

Funções de agregação

As funções de agregação são usadas para calcular algo a partir de um conjunto de valores. As funções de agregação são usadas com a cláusula SELECT.

As principais são:

  • COUNT - Conta o número de linhas (tuplas)
  • SUM - Soma os valores da coluna - apenas em dados numéricos
  • AVG - Calcula a média dos valores da coluna (average3) - apenas em dados numéricos
  • MIN - Retorna o menor valor da coluna
  • MAX - Retorna o maior valor da coluna

Atenção SUM é diferente de COUNT


EXEMPLO 1 - Encontrar a soma dos preços de todas as peças, o maior preço, o menor preço e a média dos preços.

SELECT SUM(preco), MAX(preco), MIN(preco), AVG(preco) FROM peca;

Resultado:

SUM(preco)MAX(preco)MIN(preco)AVG(preco)
160.8980.0023.9053.62999999995

EXEMPLO 2 - Contar o número de peças que há no estoque.

SELECT COUNT(*) FROM peca;

ou

SELECT COUNT(cod_peca) FROM peca;

Resultado:

COUNT(*)
3

Cláusula DISTINCT (linhas únicas)

Linhas duplicadas podem aparecer nas relações. No caso de desejarmos a eliminação de duplicidade, devemos inserir a palavra DISTINCT na cláusula SELECT.

Observações

  • Funções agregadas normalmente consideram as tuplas duplicadas.
  • Não é permitido o uso do DISTINCT com o COUNT(*).
  • É válido usar o DISTINCT com MAX ou MIN, mesmo não alterando o resultado.

Tabela neste momento:

SELECT * FROM peca;
cod_pecanome_pecaprecoqtd
1Peça A15.0010
2Peça B8.0020
3Peça B8.0010
4Peça A8.0030
5Peça C17.000
6Peça C17.00null
7Peça Anull15

Sinatxe:

SELECT DISTINCT coluna1, coluna2, ... FROM nome_tabela;

Exemplo:

Selecionar o nome de todas as peças, sem o DISTINCT:

SELECT nome_peca FROM peca;
nome_peca
Peça A
Peça B
Peça B
Peça A
Peça C
Peça C
Peça A

Selecionar o nome de todas as peças, com o DISTINCT:

SELECT DISTINCT nome_peca FROM peca;
nome_peca
Peça C
Peça A
Peça B

Cláusula GROUP BY (agrupar)

A cláusula GROUP BY é usada para agrupar linhas que possuem o mesmo valor em uma ou mais colunas. É normalmente usada em conjunto com funções de agregação para agrupar os resultados de acordo com um ou mais campos. Desta forma, as funções de agregação será aplicada a cada grupo, e não a todas as tuplas.

Tabela neste momento:

SELECT * FROM peca ORDER BY nome_peca;
cod_pecanome_pecaprecoqtdveiculo
1Peça A15.0010CARRO
2Peça B8.0020MOTO
3Peça C8.0030CAMINHAO
4Peça D8.0010CARRO
5Peça Enull15CAMINHAO
6Peça F17.000MOTO
7Peça G17.00nullCARRO

Sintaxe:

SELECT coluna1, coluna2, ... FROM nome_tabela GROUP BY coluna1, coluna2, ...;

EXEMPLO 1 - Selecionar o nome de todas as peças e agrupar por veículo (contar por grupo):

SELECT veiculo, COUNT(1) FROM peca GROUP BY veiculo;

Resultado:

veiculocount
MOTO2
CAMINHAO2
CARRO3

EXEMPLO 2 - Obter a soma da quantidade de peças por tipo de veículo

SELECT veiculo, SUM(qtd) FROM peca GROUP BY veiculo;

Resultado:

veiculosum
MOTO20
CAMINHAO45
CARRO20

Cláusula HAVING (filtro)

A cláusula HAVING é usada para filtrar grupos de registros que resultam de uma operação de GROUP BY. A cláusula HAVING é usada em conjunto com a cláusula GROUP BY.

Sintaxe:

SELECT coluna1, coluna2, ... FROM nome_tabela GROUP BY coluna1, coluna2, ... HAVING condicao;

EXEMPLO 2 anterior (alterado) - Obter a soma da quantidade de peças por tipo de veículo que sejam maiores que 20

SELECT veiculo, SUM(qtd) FROM peca GROUP BY veiculo HAVING SUM(qtd) > 20;

Resultado:

veiculosum
CAMINHAO45

Seleção com Junção

As vezes queremos retornar dados de mais de uma tabela, relacionando os dados de uma tabela com os dados de outra.

Para fazer a junção das tabelas, precisamos definir uma condição de junção, na qual os atributos chave primária (primary key) e chave estrangeira (foreign key) das relações devem ser relacionados.

Tabelas de exemplo

num_tecnomecargo
297MarcoTrainee
553HélioSênior
062TiãoSênior
718SílvioEstagiário
num_tecnicotipoanos_exp
553Secadora15
062Lavadora18
297Torradeira1
297Secadora1
718Lavadora5
062Congelador10
062Secadora12
tipocategoriataxa
Lavadora120,00
Secadora120,00
Torradeira210,00
Congelador18,00
Batedeira225,00

Exemplo 1: Obter os nomes dos técnicos com experiência em secadora.

Query

SELECT nome FROM tecnicos, experiencia
WHERE num_tec = num_tecnico AND tipo = 'Secadora';

Resultado

| Nome  |
|-------|
| Hélio |
| Tião  |

Exemplo 2: Listar o nome dos técnicos e sua experiência em aparelhos da categoria 1

Query

SELECT tecnicos.nome, experiencia.anos_exp, tipos.tipo
FROM tecnicos, tipos, experiencia
WHERE
  tipos.tipo = experiencia.tipo
AND
  experiencia.num_tecnico = tecnicos.num_tec
AND
  tipos.categoria = 1

Repare que podemos utilizar a sintaxe tabela.atributo para especificar de qual tabela estamos selecionando o atributo.

SELECT tecnicos.nome, experiencia.anos_exp, tipos.tipo
FROM tecnicos, tipos, experiencia
WHERE
  tipos.tipo = experiencia.tipo
AND
  experiencia.num_tecnico = tecnicos.num_tec
AND
  tipos.categoria = 1
Em azul as tabelas e em verde os atributos

Resultado

|  nome  | anos_exp |   tipo    |
|--------|----------|-----------|
| Hélio  |    15    | Secadora  |
| Tião	 |    18    | Lavadora  |
| Marco	 |    1     | Secadora  |
| Sílvio |    5     | Lavadora  |
| Tião	 |    12    | Secadora  |

Uso de aliases (apelido)

Alias são apelidos que podemos dar aos atributos na hora de retornar valores no SELECT, permite associar um "nome de variável" para cada relação, a fim de simplificar comandos SQL, e torna o retorno mais legível.

Para criarmos um alias podemos usar a palavra reservada AS. Criando um SELECT com alias temos:

Alias para tabelas

SELECT T.nome, E.anos_exp, TP.tipo
FROM
  tecnicos AS T,
  tipos AS TP,
  experiencia AS E
WHERE TP.tipo = E.tipo
  AND E.num_tecnico = T.num_tec
  AND TP.categoria = 1;

Alias para atributos

SELECT
  tecnicos.nome AS Tecnico,
  experiencia.anos_exp AS Experiencia,
  tipos.tipo AS Tipo
FROM tecnicos, tipos, experiencia
WHERE tipos.tipo = experiencia.tipo
  AND experiencia.num_tecnico = tecnicos.num_tec
  AND tipos.categoria = 1;
nome | anos_exp | tipo         Tecnico | Experiencia | Tipo
-----|----------|------        --------|-------------|------
 ... |   ...    |  ...           ...   |     ...     |  ...
 ... |   ...    |  ...    ->     ...   |     ...     |  ...
 ... |   ...    |  ...           ...   |     ...     |  ...
 ... |   ...    |  ...           ...   |     ...     |  ...

Limitando o número de linhas

Em alguns casos, é necessário limitar o número de linhas retornadas em uma consulta. Para isso, podemos usar a cláusula LIMIT.

Sintaxe:

SELECT coluna1, coluna2, ... FROM <tabela> LIMIT <número de linhas>;

Exemplo:

SELECT * FROM peca LIMIT 5;
Selecionar as 5 primeiras peças

Pulando linhas

Podemos também pular um número de linhas no início da consulta, usando a cláusula OFFSET.

Sintaxe:

SELECT coluna1, coluna2, ... FROM <tabela> OFFSET <número de linhas>;

Exemplo:

SELECT * FROM peca ORDER BY nome OFFSET 3;
Selecionar as peças, pulando as 3 primeiras

Comando LIKE

Quando desejamos pesquisar uma substring de um texto, podemos usar o comando LIKE ou NOT LIKE. Ele é usado para comparar um valor de texto com um padrão.

Utilizamos o sinal % para representar zero ou mais caracteres e o sinal de _ para representar um único caractere.

Sintaxe:

SELECT coluna1, coluna2, ... FROM <tabela> WHERE coluna LIKE <padrão>;

Exemplo

Imagine que temos a seguinte tabela no banco de dados:

cod_pessoanomedata_nascprofissao
1Capitão Jack Sparrow1710-01-01Comerciante de rum
2Anakin Skywalker41 ABYMestre Jedi
3Legolas87 - 3ª eraArqueiro
4Elliot Alderson1985-09-17Engenheiro de segurança
5Harvy Specter1972-03-12Advogado
6Anthony Edward Stark1970-05-29Bilionário, playboy, filantropo
7Gustavo Fring1958-04-26Distribuidor farmacêutico
8Batman1972-02-19Bruce Wayne

E queremos retornar todoas as pessoas que possuem a letra e no nome.

SELECT * FROM pessoa WHERE nome LIKE '%e%';

Resultado:

cod_pessoa | nome            | data_nasc    | profissao
-----------|-----------------|--------------|-----------
3          | Legolas         | 87 - 3ª era  | Arqueiro
4          | Elliot          | 1985-09-17   | Engenheiro de segurança
5          | Harvy Specter   | 1972-03-12   | Advogado

Valores condicionais (CASE)

O comando CASE é uma expressão condicional que retorna um valor único com base em uma ou mais condições. Ele é usado para substituir valores de uma coluna por outro valor, com base em uma condição.

Sintaxe:

SELECT coluna1, coluna2, ...,
  CASE
    WHEN condicao1 THEN valor1
    WHEN condicao2 THEN valor2
    ELSE valor_padrao
  END
FROM <tabela>;

Exemplo

SELECT
  nome,
  idade,
  CASE
    WHEN idade < 30 THEN 'Jovem'
    WHEN idade < 60 THEN 'Adulto'
    WHEN idade < 200 THEN 'Idoso'
    ELSE 'Imortal'
  END AS faixa_etaria
FROM pessoa;
Selecionar o nome e a idade das pessoas, e classificar a idade em 'Jovem', 'Adulto' ou 'Idoso'
nome           | idade | faixa_etaria
---------------|-------|-------------
Elliot         | 36    | Adulto
Tony Stark     | 51    | Adulto
Legolas        | 300   | Imortal
Gustavo Fring  | 64    | Idoso
Robbin         | 25    | Jovem

Observações

Uma consulta em SQL pode consistir em até seis cláusulas:

SELECT [*] [DISTINCT] <lista de atributos> <funções de agregação>
FROM <lista de tabelas>
[WHERE <condição>]
[GROUP BY <lista de atributos para agrupamento>]
[HAVING <condição para agrupamento, aceita funções de agregação>]
[ORDER BY <lista de atributos para ordenação>] [ASC] [DESC]
  • Apenas as cláusulas SELECT e FROM são obrigatórias
  • Quando existentes, as cláusulas devem aparecer na ordem específica acima.
  • O ORDER BY só pode ser ultilizado após o último SELECT (se a linguagem permitir)
  • As cláusulas GROUP BY e HAVING só podem ser usadas nos comandos SELECT individuais

Retornando dados alterados

Em alguns caso, é necessário retornar dados que foram alterados (inseridos, atualizados, deletados). Para isso podemos usar a cláusula RETURNING ao final da nossa query de alteração.

Sintaxe:

INSERT INTO <nome da tabela> (...) VALUES (...) RETURNING coluna1, coluna2, ...;

Exemplo:

INSERT INTO peca (nome_peca, preco, qtd)
VALUES ('Peça H', 10.00, 5)
RETURNING cod_peca;
Inserir uma nova peça e retornar o código da peça inserida
UPDATE peca SET preco = 90.00
WHERE cod_peca = 200
RETURNING nome_peca;
Atualizar o preço da peça de código 200 para 90.00 e retornar o nome da peça
DELETE FROM peca WHERE cod_peca = 200 RETURNING nome_peca;
Deletar a peça de código 200 e retornar o nome da peça deletada

A sintaxe do RETURNING é a mesma que a do SELECT, ou seja, podemos retornar qualquer coluna da tabela que foi alterada.

Valores NULL (nulo)

Suponhamos que temos a tabela Peça criada anteriormente, estruturada e preenchida da seguinte forma:

Coluna (tupla)Data Type (Tipo)Length/Precision (Comprimento)Scale (Escala)Not Null? (Não Nulo?)Primary Key? (Chave Primária?)Default (Padrão)
cod_pecaINTEGERSimSim
nome_pecaVARCHAR30SimNão
precoNUMERIC62NãoNão
qtdINTEGERNãoNão0
cod_pecanome_pecaprecoqtd
1Peça A15.0010
2Peça B8.0020
3Peça C8.0030
4Peça D8.0010
Código SQL
CREATE TABLE peca (
  cod_peca INTEGER NOT NULL,
  nome_peca VARCHAR(30) NOT NULL,
  preco NUMERIC(6,2),
  qtd INTEGER DEFAULT 0
);
Criação da tabela
INSERT INTO peca VALUES
  (1, 'Peça A', 15.00, 10),
  (2, 'Peça B', 8.00, 20),
  (3, 'Peça C', 8.00, 30),
  (4, 'Peça D', 8.00, 10);
Inserção de dados

Inserindo valores nulos

Quando realizamos um INSERT e não passamos o campo, o banco de dados vai automaticamente inserir NULL no valor da célula.

INSERT INTO peca (cod_peca, nome_peca, qtd) VALUES (5, 'Peça E', 15);
Repare que omitimos a coluna 'preco'

Resultado:

cod_pecanome_pecaprecoqtd
1Peça A15.0010
2Peça B8.0020
3Peça C8.0030
4Peça D8.0010
5Peça Enull15

Cuidado com o DEFAULT!

Lembre-se que colunas que tem o valor DEFAULT definido, não serão preenchidas com NULL, mas sim com o valor DEFAULT especificado no momento da criação da tabela.

INSERT INTO peca (cod_peca, nome_peca, preco) VALUES (6, 'Peça F', 20.00);

Resultado:

cod_pecanome_pecaprecoqtd
1Peça A15.0010
2Peça B8.0020
3Peça C8.0030
4Peça D8.0010
5Peça Enull15
6Peça F20.000

Existe um outra forma de definir um valor como NULL. Deixando explícito no comando INSERT que a coluna deve receber o valor NULL.

INSERT INTO peca (cod_peca, nome_peca, preco, qtd) VALUES (7, 'Peça G', 17.00, NULL);

Resultado:

cod_pecanome_pecaprecoqtd
1Peça A15.0010
2Peça B8.0020
3Peça C8.0030
4Peça D8.0010
5Peça Enull15
6Peça F20.000
7Peça G17.00null

Repare que mesmo o campo qtd possuindo um valor DEFAULT, foi definido de forma explícita no INSERT que essa coluna deveria possuir um valor NULL.

Atenção! - Mesmo se você tentar inserir o valor NULL em uma coluna definida como NOT NULL, uma exceção (erro) será lançada pelo banco de dados.

INSERT INTO peca (cod_peca, nome_peca, preco, qtd) VALUES (7, NULL, 17.00, 12);

Resultado:

ERROR:  null value in column "nome_peca" of relation "peca" violates not-null constraint
DETAIL:  Failing row contains (7, null, 17.00, 12).
SQL state: 23502

Selecionando valores nulos

Caso você queira selecionar somente as linhas com valores nulos em uma determinada célula, a forma correta é utilizar o IS NULL, e não ... = NULL.

SELECT * FROM peca WHERE preco IS NULL;
Certo
SELECT * FROM peca WHERE preco = NULL;
Errado

Selecionando valores não nulos

Caso você queira selecionar apenas as linhas que não possuem valores nulos em uma determinada coluna, é só utilizar o c omando IS NOT NULL.

SELECT * FROM peca WHERE preco IS NOT NULL;

Resultado:

cod_pecanome_pecaprecoqtd
1Peça A15.0010
2Peça B8.0020
3Peça C8.0030
4Peça D8.0010
6Peça F20.000
7Peça G17.00null

Repare que a peça de código 55 não foi incluída no resultado, por possuir o valor null na coluna preco.

Ordenando colunas com NULL

Por default, caso você ordene um SELECT por uma coluna que possui células com valor NULL, essas células serão as últimas a serem retornadas.

SELECT * FROM peca ORDER BY preco;

Resultado:

cod_pecanome_pecaprecoqtd
4Peça D8.0010
2Peça B8.0020
3Peça C8.0030
1Peça A15.0010
6Peça F20.000
7Peça G17.00null
5Peça Enull15

Caso você deseje que as células com valores NULL sejam as primeiras a serem retornadas no SELECT, utilizamos o ORDER BY ... NULLS FIRST.

SELECT * FROM peca ORDER BY preco NULLS FIRST;

Resultado:

cod_pecanome_pecaprecoqtd
5Peça Enull15
2Peça B8.0020
3Peça C8.0030
4Peça D8.0010
1Peça A15.0010
6Peça F20.000
7Peça G17.00null

Substituindo valores nulos

Em alguns casos é necessário substituir os valores NULL por outro valor, quando usarmos o SELECT ou o RETURNIG. Para isso, podemos usar a função COALESCE.

Sintaxe

SELECT COALESCE(<coluna>, <valor substituido>) FROM <tabela>;

Exemplo:

Sem substituição
SELECT codigo, telefone FROM professor;
| codigo | telefone |
|--------|----------|
|   1    | 37999999 |
|   2    | [null]   |
Saída do código anterior
Com substituição
SELECT codigo, COALESCE(telefone, 'NÃO CADASTRADO') FROM professor;
| codigo | telefone       |
|--------|----------------|
|   1    | 37999999       |
|   2    | NÃO CADASTRADO |
 
Saída do código anterior

Junções (Comando JOIN)

Junção é a possibilidade de se criar relacionamentos entre tabelas, de forma a poder recuperar dados de mais de uma tabela em uma única consulta. Um jeito melhor e nativo de se juntar mais de uma tabela, diferente do método apresentado no capítulo Seleção com Junção.

Isso é possível atravez do comando JOIN (junção), que é usado para combinar linhas de duas ou mais tabelas com base em uma relação entre elas, e recuperando esses dados usando apenas um SELECT.

É importante utilizá-lo, porque tira da cláusula WHERE condições que são estritamente das junções (chave primária igual a chave estrangeira, por exemplo).

Existem as variações de junções internas e externas.

Internas: INNER JOIN e NATURAL JOIN
Externas: OUTER JOIN (LEFT, RIGHT, FULL)

Como funciona o comando JOIN?

Quando um comando SELECT especifica campos de duas tabelas sem nenhumas restrição ou filtro, o resultado será um número de linhas iguais à multiplicação do total de linhas da primeira tabela (NN) pela segunda tabela (MM), ou seja M×NM\times N.

Isso ocorre devido ao fato de que, para cada linha da primeira tabela, todas as linhas da segunda são processadas. Operações de junção toma duas relações, e têm como resultado uma outra relação.

Exemplo de junção de tabelas Exemplo de junção de tabelas Resultado do exemplo de junção de tabelas Resultado do exemplo de junção de tabelas

Porém, o benefício do JOIN só será sentido quando as chaves PKPK e FKFK forem equivalentes, ou seja, id=id_cursoid = id\_curso, usando a palavra reservada ON (será explicado mais a frente).

Resultado correto do exemplo de junção de tabelas Resultado correto do exemplo de junção de tabelas

A operção de junção tem algumas variantes, e cada uma dessas variações consiste em um tipo de junção e uma condição de junção.

Sintaxe

SELECT coluna1, coluna2, ...
FROM tabela1 <tipo> JOIN tabela2
ON <condição>;

Exemplo

SELECT nome, nasc, experiencia
FROM tecnicos INNER JOIN experiencia
ON tecnicos.num_tec = experiencia.num_tecnico;

TIPO DE JUNÇÃO (INNER ou OUTER)
Define como as tuplas em cada relação que não possuam nenhuma conrrespondência com as tuplas da outra relação deve ser tratadas.

CONDIÇAO DE JUNÇAO (ON)
Definem quais tuplas das duas relações apresentam correspondência e quais atributos são apresentados de uma junção.

INNER JOIN

O INNER JOIN (Ou somente JOIN) é uma junção interna, que junta os registros de uma tabela que tiver um correspondente na outra tabela, através da chave primária e estrangeira.

Por exemplo, a tabela abaixo é resultado de um JOIN de 2 outras tabelas. A segunda tabela possui chaves estrangeiras apontando para valores nulos, e a primeira possui tuplas sem conrrespondência na segunda tabela. O resultado do INNER JOIN será apenas as linhas que possuem corrêspondência nas duas tabelas:

Exemplo de resultado do INNER JOIN Exemplo de resultado do INNER JOIN

Sintaxe

SELECT coluna1, coluna2, ...
FROM (tabela1 INNER JOIN tabela2
      ON tabela1.chave_primaria = tabela2.chave_estrangeira);

A palavra INNER pode ser omitida

SELECT coluna1, coluna2, ...
FROM (tabela1 JOIN tabela2
      ON tabela1.chave_primaria = tabela2.chave_estrangeira);
Usando o INNER JOIN com 2 tabelas

Exemplo: Liste o nome dos técnicos que possuem experiência em Lavadora

Tabelas

Tabelas TÉCNICO e EXPERIÊNCIA Tabelas TÉCNICO e EXPERIÊNCIA

Query

SELECT nome
FROM (tecnicos INNER JOIN experiencia
      ON tecnicos.num_tec = experiencia.num_tecnico)
WHERE experiencia.tipo = 'Lavadora';

Resultado

Nomes dos funcionários com experiência em Lavadora Nomes dos funcionários com experiência em Lavadora
Usando o INNER JOIN com 3 tabelas

Exemplo: Liste o nome dos técnicos e sua experiência em aparelhos da categoria 1

Tabelas

Tabelas TÉCNICO, EXPERIÊNCIA e TIPOS Tabelas TÉCNICO, EXPERIÊNCIA e TIPOS

Query

SELECT nome, anos_exp
FROM ((tecnicos INNER JOIN experiencia
       ON num_tec = num_tecnico) INNER JOIN Tipos
       ON tipo = tipo)
WHERE categoria = 1;

Resultado

Nome e experiência dos técnicos com experiência em aparelhos do tipo 1 Nome e experiência dos técnicos com experiência em aparelhos do tipo 1

NATURAL JOIN

Com ele você não precisa identificar quais colunas serão comparadas, pois ele fará a comparação entre campos com o mesmo nome.

Sintaxe

SELECT coluna1, coluna2...
FROM tabela1 NATURAL JOIN tabela2;

Exemplo

SELECT * FROM (tecnicos NATURAL JOIN experiencia);

Repare que não precisamos passar a condição de junção com ON, já que ambas as tabelas possuem a coluna tipo.

Destaque das colunas com o mesmo nome Destaque das colunas com o mesmo nome

O mesmo não da pra ser feito entre as tabelas tecnicos e tipos, pois não possuem colunas com o mesmo nome.

Destaque das colunas com nomes diferentes Destaque das colunas com nomes diferentes

OUTER JOIN

O OUTER JOIN é a variação de junção externa, e é composto por 3 tipos:

  • LEFT OUTER JOIN
  • RIGHT OUTER JOIN
  • FULL OUTER JOIN

A palavra OUTER pode ser omitida em todos os 3 tipos

Diferente das junções internas, como o INNER JOIN, as junções externas podem retornar valores mesmo quando não há conrrespondência entre as tabelas (valores NULL).

LEFT OUTER JOIN

No LEFT OUTER JOIN (ou simplesmente LEFT JOIN), a prioridade é da tabela da esquerda, isto é, todos os registros da primeira tabela serão mostrados independente se houver correspondente nas outra tabela, após a equivalência das chaves usando o ON.

Exemplo de resultado do LEFT OUTER JOIN Exemplo de resultado do LEFT OUTER JOIN

Sintaxe

SELECT coluna1, coluna2...
FROM tabela1 LEFT OUTER JOIN tabela2;

Exemplo

SELECT * FROM (tecnicos LEFT OUTER JOIN experiencia);
RIGHT OUTER JOIN

No RIGHT OUTER JOIN (ou simplesmente RIGHT JOIN), a prioridade é da tabela da direita, isto é, todos os registros da segunda tabela serão mostrados independente se houver correspondente na outra tabela.

Pega todos os atributos da relação que está à direita, verifica se existe algum correspondente à esquerda, caso afirmativo, retorna os atributos da esquerda, e caso negativo, coloca o valor nulo nos atributos.

Exemplo de resultado do RIGHT OUTER JOIN Exemplo de resultado do RIGHT OUTER JOIN

Sintaxe

SELECT coluna1, coluna2...
FROM tabela1 RIGHT OUTER JOIN tabela2;

Exemplo

SELECT * FROM (tecnicos RIGHT OUTER JOIN experiencia);
FULL OUTER JOIN

Faz o RIGHT e o LEFT ao mesmo tempo, ou seja, vai retornar dados que não tem em comum nas duas tabelas, e não só na tabela da direita ou da esquerda.

Exemplo de resultado do FULL OUTER JOIN Exemplo de resultado do FULL OUTER JOIN

Sintaxe

SELECT coluna1, coluna2...
FROM tabela1 FULL OUTER JOIN tabela2;

Exemplo

SELECT * FROM (tecnicos FULL OUTER JOIN experiencia);

Funções Matemáticas

FunçãoDescriçãoExemplo
ABS(x)Retorna o valor absoluto de xxABS(-5) retorna 5
ROUND(x)Retorna xx arredondadoROUND(5.5) retorna 6
ROUND(x, d)Retorna xx arredondado para dd casas decimaisROUND(5.3, 0) retorna 5
CEIL(x)Retorna o menor número inteiro maior ou igual a xxCEIL(5.3) retorna 6
FLOOR(x)Retorna o maior número inteiro menor ou igual a xxFLOOR(5.3) retorna 5
FACTORIAL(x)Retorna o fatorial de xxFACTORIAL(5) retorna 120
TRUNC(x, d)Retorna xx truncado para dd casas decimaisTRUNC(5.3, 0) retorna 5
MOD(x, y)Retorna o resto da divisão de xx por yyMOD(5, 2) retorna 1
PI()Retorna o valor de π\piPI() retorna 3.141592653589793
LOG(x)Retorna o logaritmo natural de xxLOG(10) retorna 2.302585092994046
RANDOM()Retorna um número aleatório entre 0 e 1RANDOM() retornar algo como 0.123456789

Consulte a documentação oficial do PostgreSQL para mais funções.

Funções de String

FunçãoDescriçãoExemplo
CHARACTER_LENGTH(string) ou CHAR_LENGHT(string)Retorna o número de caracteres em stringCHARACTER_LENGTH('Hello') retorna 5
LOWER(string)Retorna string em minúsculoLOWER('Hello') retorna hello
UPPER(string)Retorna string em maiúsculoUPPER('Hello') retorna HELLO
POSITION(substring IN string)Retorna a posição da primeira ocorrência de substring em stringPOSITION('l' IN 'Hello') retorna 3
SUBSTRING(string FROM start FOR length)Retorna uma parte de string, onde start determina a posicão do primeiro caractere e length determina quantos caracteres serão usados apartir de startSUBSTRING('Hello' FROM 2 FOR 3) retorna ell
CONCAT(string1, string2, ...)Concatena string1, string2 e outras strings posterioresCONCAT('Hello', ' ', 'World') retorna Hello World

Consulte a documentação oficial do PostgreSQL para mais funções.

Conversão de dados

Existem alguns métodos para se converter um tipo de um dado em outro. O mais comum é utilizando a função CAST, que converte um valor de um tipo de dado para outro.

Sinatxe

CAST(valor AS tipo_de_dado);

Onde valor é o valor que será convertido e tipo_de_dado é o tipo para o qual o valor será convertido. Exemplo:

CAST('5' AS NUMERIC);

Repare que no exemplo acima, '5' está como string por causa das aspas simples ', e queremos converter para um inteiro.

O mesmo pode ser feito utilizando a sintaxe valor::tipo, onde valor é o valor que será convertido e tipo é o tipo para o qual o valor será convertido. Exemplo:

5::TEXT;

Aqui, 5 está como inteiro, e estamos convertendo para o formato texto (string).

Formato de dados

to_char ( timestamp, formato ) → texto
to_char ( timestamp com fuzo horário, formato ) → texto
 
to_char(timestamp '2002-04-20 17:31:12.66', 'HH12:MI:SS') → 05:31:12
Converte um timestamp para string de acordo com um formato
to_char ( intervalor, formato ) → texto
 
to_char(interval '15h 2m 12s', 'HH24:MI:SS') → 15:02:12
Converte um intervalo para string de acordo com um formato
to_char ( numeric_type, text ) → text
 
to_char(125, '999') → 125
to_char(125.8::real, '999D9') → 125.8
to_char(-125.8, '999D99S') → 125.80-
Converte um número para string de acordo com um formato, disponível pra inteiros, bigint, numeric, real e double precision.
to_char ( numeric_type, text ) → text
 
to_char(125, '999') → 125
to_char(125.8::real, '999D9') → 125.8
to_char(-125.8, '999D99S') → 125.80-
Converte um número para string de acordo com um formato, disponível pra inteiros, bigint, numeric, real e double precision.
to_date ( texto, data ) → data
 
to_date('05 Dec 2000', 'DD Mon YYYY') → 2000-12-05
Converte um texto para data de acordo com um formato
to_number ( texto, formato ) → numero
 
to_number('12,454.8-', '99G999D9S') → -12454.8
Converte um texto para numero de acordo com um formato
to_timestamp ( texto, formato ) → timestamp com fuso horário
 
to_timestamp('05 Dec 2000', 'DD Mon YYYY') → 2000-12-05 00:00:00-05
Converte um texto em um timestamp de acordo com um formato

Consulte a documentação oficial do PostgreSQL para ver a tabela de template de formatos.

Footnotes

  1. CRUD é a abreviatura de Create, Read, Update e Delete. É um acrônimo que se refere às quatro funções básicas de um sistema de banco de dados: Criar, Ler, Atualizar e Excluir.

  2. DBA é a abreviatura de Database Administrator (Administrador de Banco de Dados.)

  3. Average é a palavra em inglês para média.